terça-feira, 9 de setembro de 2008

Defying Hitler por Sebastian Haffner


Sebastin Haffner


Quando o autor morreu em 1999, aos 91 anos, seu filho descobriu este manuscrito redigido em 1939, Inglaterra, mas abandonado por causa da eclosão da segunda guerra mundial.
Mostra o crescimento do nazismo na Alemanha entre 1914 até o fim da segunda guerra e como este novo regime seduziu os adultos e jovens alemães. Porém, muitos intelectuais e cidadãos comuns ficaram absolutamente indignados com tal método massacrante, que não só eliminou todos os partidos de oposição , mas matou, enlouqueceu, perseguiu, e torturou uma gama enorme de pessoas inteligentes, brilhantes e honradas. É a história de um duelo entre o ainda menino de sete anos e Hitler.
O sistema deles era apavorante, porque matavam católicos, judeus, intelectuais, de maneira afrontosa, com armas e tanques mas, o faziam sorrateiramente, de maneira que os alemães nada notassem no momento seguinte. Na superfície, na rotina do dia a dia, tudo corria como se nada tivesse ocorrido. Estou me referindo ao período entre as duas guerras mundiais. A Europa assistia a tudo, mas nada fazia.
Havia muitos campos de concentração, para onde eram enviados os judeus e cidadãos não simpatizantes do regime. Lá eram colocados para trabalhos forçados, experiências ou eram assassinados. Houve, também, a loucura e a catástrofe da inflação de 1923, os loucos esportes nazistas de 1920, a polícia fechando o baile de carnaval de1933, a AS invadindo uma biblioteca especializada em leis, a procura de judeus, as pessoas desviando-se das tropas embandeiradas da SA, que foi precursora da SS.
Hitler oferecia tudo a todas as pessoas, o que, naturalmente, lhe rendeu uma vasta legião de seguidores entre os ignorantes, desapontados e despossuídos. Os mais esclarecidos não tinham nem partido, nem bandeiras, nem alternativas para clamar.
Uma vez que a violência, inerente do ser humano, é despertada por tais horrores ela se torna fácil de ser aceita e se torna até em um dever cívico. Aí houve a sistemática infecção de uma nação, mas muitos alemães ainda tiveram coragem para resistir. O autor cita que o sentimento dele é como se o seu mundo tivesse desaparecido sem deixar nenhum traço. Partidos políticos “desapareciam”, pessoas “suicidavam-se”. Os jornais listavam nomes de quarenta cientistas e escritores ilustres que haviam sido desterrados e privados de sua cidadania. Se você se recusasse a se tornar um nazista era diariamente submetido às mais terríveis humilhações, com sérias conseqüências comportamentais e psicológicas. O pessimismo contamina muitos alemães, ou , ao contrário, um sentimento de superioridade. A histeria sobre o “pensamento alemão”, a “masculinidade alemã”, a “constância alemã”, nauseavam-no ,agora.
.O livro termina em outubro de 1933, quando Sebastian está prestes a deixar o país e ir para o exílio, já que se encontra só, por causa da dispersão de seu grupo de amigos.
Sebastian Haffner nasceu em 1907, Berlim, onde estudou advocacia e se formou em 1933, antes de ir à Paris. Retorna a Berlim em 1934 e deixa a Alemanha em 1938, indo para a Inglaterra, onde trabalha e escreve. Volta para a Alemanha em 1954. Morre em 1999. Defying Hitler foi traduzido para o inglês por seu filho Oliver Pretzel.

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