SAÏD FARHAT
Tenho algumas coisas a falar
sobre este jornalista e escritor. Além de possuir várias condecorações
brasileiras e estrangeiras, foi ministro da Comunicação Social no governo de
João Figueiredo, participando ativamente no processo de redemocratização do
Brasil. Dono de grande integridade e pragmatismo foi presidente da Empresa
Brasileira de Turismo, EMBRATUR. Após ter escrito vários livros como Dicionário
Parlamentar e Político, O Fator Opinião Pública, Como se Lida com Ele, Lobby: O
que É e Como se Faz, Reforma do Sistema Proporcional e o ótimo Tempo de
Gangorra, onde explica os caminhos políticos da Ditadura Militar. Agora esse
“jovem homem”, nascido em 1920, Rio Branco, Acre, nos presenteia com seu
primeiro romance: Conspiração no Fim do Mundo. Poucas pessoas seriam tão
precisas e indicadas para escrever sobre conspiração, pois tendo conhecido os
meandros do governo, pode oferecer uma veracidade única ao romance. Trata-se de
uma espionagem, na Argentina, arquitetada pelo engenheiro coronel Schimidt, sob
o disfarce de um pacato e aposentado professor universitário Antônio Gomes. O
coronel é casado e pai de dois filhos, quando o governo o envia para uma missão
na Patagônia, na região conhecida como Fim do Mundo. Existe a suspeita de que
aquele país estaria avançado em um programa nuclear para o desenvolvimento de
uma bomba atômica. As evidências são bastante fortes quanto à veracidade dos
fatos e nosso homem na Argentina terá de tomar decisões bastante sérias e usar
de toda sua astúcia para que não paire dúvidas quanto à sua posição e caráter,
a fim de concretizar seu plano. Com o correr do livro temos um suspense muito
bem engendrado e dinâmico. A suposta crise entre os dois países e as decisões
governamentais são assuntos conhecidos deste escritor, o que facilita uma trama
bastante concreta e verossímil. Surge um thriller de muita qualidade e um
roteiro imperdível. Além do mais o livro chega a ser pedagógico, uma vez que
ensina, para deleite de muitas pessoas.