terça-feira, 17 de setembro de 2013

CONSPIRAÇÃO NO FIM DO MUNDO



SAÏD FARHAT



Tenho algumas coisas a falar sobre este jornalista e escritor. Além de possuir várias condecorações brasileiras e estrangeiras, foi ministro da Comunicação Social no governo de João Figueiredo, participando ativamente no processo de redemocratização do Brasil. Dono de grande integridade e pragmatismo foi presidente da Empresa Brasileira de Turismo, EMBRATUR. Após ter escrito vários livros como Dicionário Parlamentar e Político, O Fator Opinião Pública, Como se Lida com Ele, Lobby: O que É e Como se Faz, Reforma do Sistema Proporcional e o ótimo Tempo de Gangorra, onde explica os caminhos políticos da Ditadura Militar. Agora esse “jovem homem”, nascido em 1920, Rio Branco, Acre, nos presenteia com seu primeiro romance: Conspiração no Fim do Mundo. Poucas pessoas seriam tão precisas e indicadas para escrever sobre conspiração, pois tendo conhecido os meandros do governo, pode oferecer uma veracidade única ao romance. Trata-se de uma espionagem, na Argentina, arquitetada pelo engenheiro coronel Schimidt, sob o disfarce de um pacato e aposentado professor universitário Antônio Gomes. O coronel é casado e pai de dois filhos, quando o governo o envia para uma missão na Patagônia, na região conhecida como Fim do Mundo. Existe a suspeita de que aquele país estaria avançado em um programa nuclear para o desenvolvimento de uma bomba atômica. As evidências são bastante fortes quanto à veracidade dos fatos e nosso homem na Argentina terá de tomar decisões bastante sérias e usar de toda sua astúcia para que não paire dúvidas quanto à sua posição e caráter, a fim de concretizar seu plano. Com o correr do livro temos um suspense muito bem engendrado e dinâmico. A suposta crise entre os dois países e as decisões governamentais são assuntos conhecidos deste escritor, o que facilita uma trama bastante concreta e verossímil. Surge um thriller de muita qualidade e um roteiro imperdível. Além do mais o livro chega a ser pedagógico, uma vez que ensina, para deleite de muitas pessoas.